Este mês entrevistamos o CEO da nossa incubada UpHill, Eduardo Rodrigues. A UpHill tem vindo a posicionar-se como um player a ter em conta no sector da saúde ao mesmo tempo que, para quase todas as empresas no mundo todo, 2020 tem sido desafiante. Leiam o que nos diz o Eduardo.
- Inevitável, no ano em que nos encontramos, não fazer esta primeira pergunta: como é que está a ser 2020 e como é que a pandemia vos afetou?
A pandemia foi um enorme desafio para a UpHill, mas também uma oportunidade de demonstrar o valor do nosso produto, numa altura em que era ainda mais necessário e num contexto em que todas as iniciativas que estavam a ser desenvolvidas no sentido de digitalizar a prestação de cuidados e o acompanhamento dos doentes foram brutalmente aceleradas. Durante este período conseguimos não só solidificar a presença em Portugal, como também fechar os primeiros contratos internacionais.
A primeira grande prioridade foi, precisamente, transpor o nosso âmbito de trabalho para esta nova doença, ou seja, colocar à disposição dos profissionais de saúde e dos grupos hospitalares com quem trabalhamos informação científica sobre o novo coronavírus, sob a forma de protocolos clínicos interativos e casos clínicos para simulação virtual. Acreditamos que num contexto de incerteza, de produção científica ininterrupta com níveis de fiabilidade muito distintos, e de tempo muito limitado para atualização dos profissionais, estas são ferramentas essenciais para apoiar quem está na linha da frente.
Ao todo, desde março já reunimos mais de 300 artigos científicos e 20 casos clínicos para simulação e dezenas de algoritmos de atuação clínica, especificamente relacionados com o COVID-19. É informação que disponibilizamos de forma gratuita à comunidade. Os resultados deste trabalho foram muito positivos: entre quatro a cinco mil acessos de profissionais de saúde por semana.
- Durante a quarentena da 1º vaga fizeram muitos lives no Instagram e Facebook. Isso teve impacto no vosso desempenho como empresa ou apenas nas vossas redes sociais? E porquê?
Os webinars que promovemos no âmbito do consórcio COVID19PT-Ciência, que juntou a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Acta Médica Portuguesa e a Evidentia Médica, foram uma forma de complementar o trabalho que estávamos a desenvolver juntos dos profissionais de saúde, e também de ampliá-lo a temáticas mais abrangentes, úteis não só para a comunidade médica e científica, mas também à também à população em geral.
No âmbito das “Noites contra o COVID-19” juntámos entidades públicas e privadas para um debate credível e fundamentado em torno da resposta à pandemia do novo coronavírus, do ponto de vista da saúde, mas também da economia e sociedade, por exemplo. A iniciativa foi não só uma forma de dinamizar as redes sociais da UpHill, mas também de nos posicionar junto dos players mais relevantes nesta temática, e o objetivo foi cumprido com sucesso: num total de 20 webinars reunimos mais de 50 mil visualizações.
- Durante este ano foram destaque algumas vezes. Isso ajudou na obtenção do prémio Born From Knowledge da ANI e na participação na 8ª Conferência da APAH?
Todas as iniciativas que promovemos são importantes para demonstrar a nossa visão enquanto empresa – a ideia de que a Medicina Baseada na Evidência é a maior garantia de segurança para os doentes e de cuidados de saúde de qualidade – e, por outro lado, a forma como respondemos a esse desafio, colocando à disposição dos profissionais ferramentas úteis, de fácil e rápido acesso, sempre com a garantia de qualidade científica.
Acredito que o destaque que tivemos ao longo do ano, à boleia das iniciativas que referi anteriormente e do crescimento da empresa, é relevante para sermos considerados um player ativo, credível e que pode acrescentar valor na discussão pública de diversos temas, como o que levámos à conferência da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
- O que é que retiram destas duas iniciativas e em que é que estas vos podem ajudar no futuro como empresa?
Ambas conferem um selo de credibilidade muito motivante para continuarmos o nosso trabalho e aumentam a reputação da UpHill no setor.
- Como é que surge a parceria com a Evidentia Médica?
A UpHill e a Evidentia Médica cruzam-se num grande objetivo comum: melhorar a qualidade da saúde difundindo medicina baseada em evidência de forma simples e eficaz a todos os médicos. A UpHill enquanto plataforma que reúne as melhores práticas e as transforma em ferramentas eficazes para apoiar os profissionais no treino e nas decisões clínicas e o Evidentia Médica como um dos primeiros canais de informação científica dirigida especificamente a médicos.
Este ano, decidimos unir forças e trabalhar em conjunto para entregar, aos nossos utilizadores, mais conteúdos de qualidade, relevantes e selecionados criticamente por uma equipa de medical advisors e agrupados por área de atuação.
- Em que é que consiste?
Como parte desta união, o David Rodrigues assumiu a função de Lead Medical Advisor da UpHill, aumentámos o número de médicos que colabora connosco regularmente na revisão de artigos científicos e criação de algoritmos de atuação e casos clínicos para simulação e semanalmente, enviamos uma newsletter com as novidades disponíveis na app.
- E 2021? Será um ano glorioso? O que é que podemos esperar da UpHill?
Esperamos que sim! A UpHill está numa fase de expansão em termos de mercados e produtos, temos recebido muito feedback dos nossos utilizadores e isso permite-nos ajustar permanentemente o nosso trabalho consoante as necessidades dos profissionais de saúde e acreditamos que as nossas soluções têm potencial para ser utilizadas em grande escala e ter um impacto muito positivo na qualidade dos cuidados de saúde a nível global.
Obrigada, UpHill, e boa sorte para 2021!