2 dias. 43 participantes de diversas proveniências divididos por 10 grupos heterogéneos. 10 membros do Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria. 9 desafios apresentados por 7 empresas e entidades da área da Saúde. Menos de 24 horas para a preparação de 1 solução disruptiva e de 1 pitch. 1 sessão final. 5 jurados. 1 equipa vencedora. 4 viagens a Londres.
São estes os números fundamentais da primeira edição dos Ciências EIT Health Innovation Days, dedicados ao Patient-centered Care e enquadrados nas atividades do consórcio europeu EIT Health, que decorreram entre os dias 16 e 17 de novembro, em Ciências, com apoio do Tec Labs. Mas como nem só de números vive o espírito inovador que Ciências teima em demonstrar, passemos ao breve relato dos acontecimentos.
Abrimos as hostilidades com três talks em torno do conceito de Patient-centered Care: Daniela Dias Santos, em representação do EIT Health; Alain Blindel, Digital Innovation Lab Director da Roche; e Hugo Ferreira, CEO do caso de sucesso NeuroPsyAI, spin-off de Ciências incubada no Tec Labs.
Posto isto, havia que preparar a quase meia centena de participantes para a comunicação dos desafios, que se aproximava. Entrou em cena o nosso Bruno Santos Amaro, que ministrou um workshop em Design Thinking. Pelo meio, os (para nós) já habituais exercícios de team building puseram os participantes à vontade uns com os outros e prontos a meterem mãos à obra.
Foi então que, comunicados os desafios das empresas e entidades da área da Saúde – indo desde a gestão da marcação de consultas a equipamentos médicos -, conhecidos os dez grupos, apresentados os respectivos membros, passámos à acção: é hora de aprender a fazer um pitch (Bruno a reincidir), pensar e debater a solução, e ir para o terreno validá-la.
Pelas 19h00, ainda a procissão ia no adro, já os grupos estavam a ser sujeitos a uma bateria de Speed Mentoring, cortesia de um grupo de habitués do Tec Labs que incluiu João Mendes Borga, da Rede Nacional de Incubadoras, Pedro Antunes, business angel e empreendedor, e Ana Prata, empreendedora em série.
No meio de tanta atividade, o mais interessante, da nossa perspetiva, ficou guardado para o serão, a noite e a madrugada: os grupos cerraram os dentes e não saíram do adaptado Espaço Estudante enquanto não tivessem em mãos um pitch capaz de vencer a competição. Foram horas e horas de, neste caso, slow mentoring e brain frying... A qualidade das ideias que debatemos, a variedade de soluções apresentadas, a dedicação e, sobretudo, o espírito inovador demonstrado, fazem-nos, a nós Tec Labs, pensar que é nestes momentos que todo este trabalho vale a pena.
No dia seguinte, os dez grupos apresentaram com enorme qualidade as suas soluções aos cinco jurados: Luís Carriço, diretor da FCUL, Daniela Dias Santos, do EIT Health, Vítor Crespo, da BGI, Joaquim Cunha, do Health Cluster Portugal, e Maria de Belém. Tamanha foi a qualidade que os jurados demoraram mais do que o previsto a decidir! Por fim, declarou-se vencedor o Grupo 9, que, em resposta a um desafio lançado pela Glintt, propôs uma plataforma digital para melhorar o contacto entre os médicos e os pacientes que sofreram um AVC. Segue-se uma estadia em Londres para o Winner’s Event, que reúne os vencedores de todos os Innovation Days que se realizaram em simultâneo por toda a Europa.
Ah!, e não poderíamos fechar este texto sem referir um outro número fundamental: uma vez que os grupos aproveitaram – e bem – para trabalharem ao longo de toda a noite, e por isso havia que acompanhar o duro processo de ideação, registou-se 1 direta de um elemento do Tec Labs, que prefere não ser identificado mas declara estar a recuperar bem.
Para o ano há mais!
António Marques