Este ano, a Web Summit transformou o seu palco num palco digital tentando replicar o que é feito fisicamente, ou seja, muitos palcos com inúmeras palestras a acontecer ao mesmo tempo e um espaço para networking.
Apesar de totalmente digital e das talks não serem ao vivo (um ponto a menos neste aspeto), foi interessante participar neste gigante evento que recebe tantas pessoas do mundo todo. Através deste evento foi possível ver novas e interessantes startups, saltitar de palestra em palestra (sem percorrer Km) e estabelecer novos contactos através do serviço de mensagens
Três das nossas incubadas (Dart Diagnostics, Thereus Health e UpHill) tiveram a oportunidade de participar no evento. Deixamos aqui o testemunho da Dart Diagnostics e da Thereus Health.
Patrícia Carvalho – Dart Diagnostics
“Com provas dadas e eventos de grande sucesso em diferentes cantos do planeta, a edição deste ano da Web Summit fez um trabalho de excelência ao reinventar-se numa versão digital. Continuamos a ser surpreendidos pela capacidade de adaptação e de superação em que estes tempos de pandemia nos têm posto à prova. Não posso deixar de expor aqui as minhas felicitações à organização. Este foi provavelmente o maior evento online até agora, atingiu os 104 328 participantes, de 168 países, cruzando e ultrapassando todos os oceanos e fusos horários.
Além das esperadas últimas novidades tecnológicas, senti neste ano um grande foco nas potenciais utilizações de AI e um grande número de sessões em que foram debatidos os tópicos de segurança e ética digital. Aqui devo fazer referência a uma ideia que ouvi há meses na sessão de apresentação do novo programa de fundos europeus: estas mudanças são muito maiores do que nos poderemos agora aperceber, não são simples mudanças, estamos a construir uma nova revolução industrial. Esta sensação ecoou também pelas sessões da Web Summit. Sente-se a preocupação em discutir os benefícios, mas também todos os impactos que a digitalização terá na próxima definição de sociedade. E por falar numa nova definição de sociedade, novamente alinhando com os objectivos globais e em particular da União Europeia, tivemos ainda a oportunidade de assistir a várias discussões sobre sustentabilidade. O termo sustentabilidade neste meio não se aplica só à preservação deste único planeta que temos, mas também aos desafios societais que temos pela frente. Estes desafios só serão superados com a conjugação de forças da tríade indivíduo-sociedade-empresas. É importante formar indivíduos conscientes, mas também de incutir nas empresas o dever cívico e de procura pelo impacto positivo nas várias áreas da sociedade. Foi neste tom que fui convidada a participar em duas sessões Roundtable. A sessão “Building a diverse and inclusive team” foi liderada pela Inês Santos Silva e discutimos os desafios à inclusão (género, raça, idade, deficiência, e tantos mais) e como podemos tomar ações para os contrariar, especialmente dentro das organizações. É aqui importante destacar que além das diversidades que estamos habituados a definir, estes novos tempos fizeram crescer exponencialmente uma desigualdade até aqui menosprezada: o desafio da igualdade ao acesso e formação em competências digitais. Nesta área temos ainda um longo caminho a percorrer.
Já na sessão liderada pelo Luiz Cieslak com o tema “Agile for impact, not appearance” foi muito interessante debater e perceber os modos de operação em empresas de várias dimensões, desde as startups até às grandes multinacionais, passando por uma discussão bastante aberta das aprendizagens e desafios de cada caso. O painel discutiu o conceito de “gestão ágil” na eficiência e aproveitamento de recursos e a adicionada flexibilidade que este modo de operação traz à organização em si, e a importância de o adotar o mais cedo possível. E, aproveitando agora a deixa das mudanças estruturais das organizações, finalizo com uma última ideia também bastante falada nas sessões: as economias estão a ficar sufocadas pelas (necessárias) medidas de combate à pandemia, Portugal não é exceção, mas temos ainda algumas cartas a jogar. Portugal tem sido em anos consecutivos destacado pelo seu modo único de acolher, turistas (claro!), mas também nos posicionamos em destaque na atração de empresas e investimentos estrangeiros. Somos um país com pessoas e clima fantásticos e que com a generalização do trabalho remoto ganha uma enorme vantagem competitiva oferecendo excelentes condições para que aqui se fixem empreendedores, a trabalhar de Portugal para todo o Mundo.
Se a Natureza arranja sempre uma maneira, a inovação também nunca pára, e está mais que demonstrado que juntos somos capazes de coisas fantásticas.”
César Betim – Thereus Health
“Entendo que os organizadores se esforçaram para oferecer a melhor experiência possível aos milhares de participantes. O que passa é que o evento é claramente uma iniciativa de sucesso no mundo presencial, sendo que sofreu em sua versão digital.
O conteúdo sempre é um destaque e seguiu dessa forma na versão online. Outra vantagem….poder acessar os conteúdos posteriormente. Algo que farei, certamente. A perda fica por conta dos contactos mesmo. Presencialmente entendo que esse “corpo a corpo” era mais efetivo.
O Web Summit se tornou um importante espaço de fomento de negócios, independente do formato!”
Até 2021 e esperemos que já em formato presencial!